quinta-feira, 29 de julho de 2010

War Economy Label

Devido à escassez de papel, durante a II Guerra Mundial, incentivava-se a sua poupança e reciclagem. Exemplo disso eram as "War Economy Labels" que permitiam a reutilização dos envelopes recebidos pelo correio. É o que aconteceu com esta carta (vendida num leilão Ebay e do qual guardei as imagens) numa  troca de correspondência entre agências da Barclays Bank sul-africanas e de Beira.


Carta enviada da Beira em 14/7/1942 para Pretoria, correctamente franqueada por 80 c., cujo sobrescrito foi reutilizado mediante a colagem de uma etiqueta por cima do endereço anterior. O mesmo envelope foi utilizado por 3 expedições: uma primeira vez foi provavelmente enviado de Johannesburg para o Cabo (de Johannesburg é o carimbo de borracha aposto no verso, e "Cape" está escrito, e sucessivamente riscado, directamente no envelope, sendo evidentemente este o seu primeiro destino); uma segunda vez foi enviado, colando uma War Economy Label, do Cabo para Beira (é visível em transparência o acrónimo P.E.A, além da franquia mecânica aposta na origem) tendo chegado a esta cidade no dia 30 MAR 1942 (marca de chegada no verso); o envelope foi finalmente utilizado pela terceira e ultima vez, colando mais uma War Economy Label para ser expedido de Beira para Pretoria.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

O Concelho Municipal de Lourenço Marques ... e Maputo

Ante-projecto do edifício dos Paços do Concelho de Lourenço Marques

("Moçambique - documentário trimestral", n. 34, Junho 1943)

O palácio do Concelho Municipal foi motivo do selo da taxa de 20$00 da série comemorativa do IV Centenário de Lourenço Marques emitida em Dezembro de 1944. Desenhados por Alberto de Sousa, os selos foram litografados em folhas de 100 pela Litografia Nacional do Porto. Foram retirado da circulação em 1 de Março 1955.


 O mesmo selo foi emitido novamente em 2 de Novembro 1946 mas com sobretaxa de 2$00.


Após a Independência o edifício do Concelho Municipal, com o grande retrato do Presidente Samora Machel, foi "filatelizado" apenas no bilhete postal de 16 MT emitido, juntamente a outros oito postais, em 1982 em ocasião do Dia das Nacionalizações (24 de Julho).



sábado, 10 de julho de 2010

Marca obliteradora do Comando Militar do Aruângua

Luís Frazão no artigo "A marca postal do Comando Militar do Aruângua - Os primórdios do correio na Beira" (Boletim do Clube Filatélico de Portugal n. 414) demonstra como o carimbo mudo circular e com três barras foi utilizado como obliterador na correspondência entregue, para a transmissão, ao Comando de Aruângua, cuja instalação, datada 1887, progrediu até formar a vila de Beira, futura capital dos Territórios de Manica e Sofala governados,durante 50 anos a partir de 1892, pela Companhia de Moçambique.

Carimbo mudo circular com três barras atribuído ao Comando Militar de Aruângua

A prova, que levou Luís Brito Frazão a descartar a inicial hipótese que o carimbo pertencesse a Macequece, é uma carta destinada a Estremoz, franqueada com um selo de 50 réis obliterado com a marca muda. Na carta foi aposta, além da marca de trânsito de Chiloane de 7/6/1890, a marca do Comando Militar, identificando assim a sua origem postal.

O selo a seguir pode porém dalguma forma contradizer esta conclusão, apesar de não ser obviamente determinante.


A marca, em tinta violeta, da mesma cor do selo, é pouco visível, mas uma simples alteração, feita ao computador, da luminosidade e do contraste da imagem, permite identificar melhor quase todas as letras da legenda inscrita no elipse de linhas duplas: _RUAN_U_. Confrontando a marca (curva do elipse e simetria) com a que foi batida na carta que ilustra o artigo de Luís Frazão, não há qualquer dúvida, é a marca do Comando Militar de Aruângua.


Luís Frazão num outro interessante artigo ("Sobre a utilização postal de marcas administrativas no ultramar, em finais do século XIX" - Boletim do Clube Filatélico n. 408) propõe duas hipóteses a justificar a existência de selos postais obliterados com carimbos administrativos (militares, alfandegários ou da Administração Civil):

1 - Utilização sistemática durante um período limitado no tempo, enquanto se aguardava o envio da competente marca postal.
2 - Utilização pontual por motivos que se desconhecem, mas que terão a ver com a impossibilidade de utilizar uma marca postal.

Aparentemente está excluído o uso de selos postais para fins fiscais, pelo que se apresentam três opções que justificam a obliteração do selo aqui mostrado:

1 - O Comando militar ainda estava desprovido de carimbo postal tendo utilizado o carimbo administrativo até receber o carimbo mudo. 
2 -  Por motivo que desconhecemos, o carimbo administrativo foi ocasionalmente utilizado no lugar do carimbo mudo.
3 - O Comando Militar de Aruângua não dispunha de carimbo postal (carimbo mudo) e a carta para Estremoz foi enviada a partir de uma outra localidade.

A terceira hipótese obriga a uma analise mais atenta da carta em questão no que concerne a cor e a qualidade da tinta do carimbo mudo comparadas com as do carimbo militar.

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Nota: 
O artigo "A marca postal do Comando Militar do Aruângua - Os primórdios do correio na Beira"de Luís Frazão pode ser lido na versão online do Clube Filatélico de Portugal ao seguinte endereço (o acesso é porém restrito aos sócios do Clube): http://www.cfportugal.pt/index.php?option=com_content&view=category&id=30:boletim-no-414&Itemid=42&layout=default
O artigo "Sobre a utilização postal de marcas administrativas no ultramar, em finais do século XIX" do mesmo Autor é acessível ao endereço http://www.cfportugal.pt/index.php?option=com_content&view=category&id=24:boletim-no-408&Itemid=15&layout=default

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Variedade no selo "Victor Cordon" (Af. 382)

Variedade conhecida mas não catalogada do selo de 5$ comemorativo do centenário do nascimento de Victor Cordon emitido em 1951 (Afinsa n. 382 ).


Ponto a juntar os dois traços do "5"

História de Cabo Delgado e do Niassa (c. 1836-1929)



Autor: Eduardo da Conceição Medeiros
Título: História de Cabo Delgado e do Niassa (c. 1836-1929)
Patrocínio: Cooperação Suíça, Maputo 1997
Páginas: 252