Qual era o estado original do denteado horizontal inferior não é dado saber. Podia estar nessas condições - e o falsário achou melhor dar valor a um selo estragado - ou o denteado estava intacto e o estrago foi propositadamente feito por ele. E com razão ... do ponto de vista dele e do seu parcial conhecimento das ferramentas de perfuração. É evidente que o falsário quis simular uma dupla batida do pente, com a segunda batida deslocada horizontalmente de alguns milímetros. Com o pente orientado como um E deitado o resultado de facto seria uma dupla perfuração bem distinta no lado vertical e uma perfuração danificada no lado inferior (os furos das duas batidas dificilmente coincidiriam).
O problema (e foi o pormenor que traiu o falsário) é que estes selos foram picotados com um perfurador de grade. A dupla batida ia afectar todos os lados do selo incluindo o lado superior que teria que se encontrar numa condição parecida (não idêntica sendo a perfuração irregular) à do lado inferior.
E se estivesse enganado e estes selos Coroa foram denteados com um perfurador de pente, por quanto pouco provável possa ser? Ou, confirmando o perfurador de grade e por quanto improvavel possa ser, se no lado superior os furos das duas batidas coincidiram perfeitamente? Nestes casos continua havendo algo que não quadra. Por quanto irregular possa ser a perfuração, uma dupla batida gera dois picotados identicos qualquer que seja a ferramenta usada. As duas perfurações verticais do lado direito do selo em questão teriam que ser perfeitamente iguais. Uma ampliação de uma parte do selo e os traços tangentes ao primeiro furo mostram as diferenças.
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